sábado, 7 de janeiro de 2012
Que homem surgirá com o esgotamento do Liberalismo
terça-feira, 1 de setembro de 2009
A arte esquecida da caligrafia
Umberto EcoDo The New York Times
Recentemente, dois jornalistas italianos escreveram um artigo de jornal em três páginas (portanto, impresso) sobre o declínio da caligrafia.
A esta altura já se sabe: A maioria das crianças - com o uso dos computadores e mensagens de texto via celular - não sabe mais escrever à mão, a não ser em suadas letras maiúsculas.
Um professor disse em uma entrevista que os alunos também cometem inúmeros erros de ortografia, o que revela um outro problema: Médicos sabem ortografia, mas escrevem mal; e até o mais experiente calígrafo pode escrever "concerto" em vez de "conserto".
E conheço crianças cuja caligrafia é muito boa. Mas o artigo fala de 50% de crianças italianas - então, eu acho que, graças a um destino indulgente, eu me encaixo nos outros 50% (o que casualmente ocorre comigo na política também).
A tragédia começou muito antes da chegada do computador e do telefone celular.
A caligrafia dos meus pais era um tanto angulosa pela maneira com que o papel era apoiado, e suas cartas eram, pelo menos para os padrões de hoje, pequenas obras de arte.
Na época, algumas pessoas diziam - provavelmente as que tinham letra feia - que a arte da caligrafia era para os tolos. É óbvio que uma boa caligrafia não pressupõe necessariamente inteligência. Mas era muito prazeroso ler anotações e documentos escritos da forma mais tradicional.
A minha geração foi ensinada a ter boa caligrafia, e passávamos os primeiros meses da escola primária aprendo o contorno das letras. O exercício foi depois considerado fútil e repressivo, mas ensinou-nos a manter nossos pulsos firmes na hora de usar a caneta e a escrever as letras firmes e espessas de um lado e precisas de outro. Bem, nem sempre - por causa das canetas-tinteiro, cuja tinta encharcava nossas mesas, cadernos, dedos e roupas, e que deixava uma mancha na caneta que levava 10 minutos de contorcionismo para conseguir remover.
A crise começou com o advento da caneta esferográfica. As primeiras esferográficas também faziam sujeira, e logo depois de escrever, se você passasse o dedo pelas últimas palavras, criaria um borrão. E as pessoas não sentiam mais interesse em escrever bonito com uma esferográfica, mesmo as melhores, porque acharam que a escrita perdia a alma, o estilo e a personalidade.
Por que deveríamos nos envergonhar de passar a boa caligrafia adiante? A capacidade de escrever bem e rapidamente em um teclado encoraja o pensamento rápido e, muitas vezes (mas nem sempre), o corretor ortográfico sublinha os erros.
Apesar de os telefones celulares terem ensinado às gerações mais jovens a escrever "Onde tá VC?" em vez de "Onde está você?", não esqueçamos que nossos ancestrais ficariam chocados em saber que escrevemos "farmácia" em vez de "pharmácia" e "ele" em vez de "êle". Os teólogos medievais escreveram "respondeo dicendum quod", o que faria Cícero revirar no túmulo.
A arte da caligrafia nos ensina a controlar nossas mãos e encoraja a coordenação entre a mão e o olho.
O artigo de três páginas aponta que a escrita à mão nos obriga a compor a oração mentalmente antes de escrevê-la. A resistência da caneta no papel realmente nos faz parar para pensar. Muitos escritores, mesmo acostumados a trabalhar em computadores, prefeririam certamente um método de escrita mais lento para que pudessem pensar com mais calma.
A realidade é que os jovens irão escrever em computadores e celulares cada vez mais. Ainda assim, a humanidade aprendeu a redescobrir na forma de esportes e prazeres estéticos, alguns antigos costumes que a civilização eliminou.
As pessoas não viajam mais a cavalo, mas fazem aulas de equitação; mesmo com os iates a motor, muitas pessoas continuam tão devotadas a barcos à vela quanto os fenícios há 3.000 anos; há túneis e estradas de ferro, mas muitos ainda gostam de caminhar ou escalar os Alpes; as pessoas colecionam selos, mesmo na era do e-mail; nossos exércitos vão para a guerra munidos de rifles Kalashnikov, mas também participam de torneios pacíficos de esgrima.
Seria bom se os pais mandassem as crianças para escolas de caligrafia para que eles pudessem participar de competições e torneios - não apenas para adquirir conhecimento sobre a beleza, mas também para o seu desenvolvimento psicomotor. Essas escolas já existem; basta procurá-las na internet. E talvez para aqueles que têm mão firme e não têm emprego fixo, ensinar essa arte pode tornar-se um bom negócio.
Umberto Eco é filósofo e escritor. É autor de "A Misteriosa Chama Da Rainha Loana", "Baudolino", "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault". Artigo distribuído pelo The New York Times Sybdicate.
sábado, 23 de agosto de 2008
6º Encontrão do FERES/SMED 23.08.08
Aqui nestes links, você poderá ver a produção de fotos e textos produzidos por alunos do Pasqualini, Mario Quintana e Nossa Senhora do Carmo na atividade 1º Encontro na Quebrada e 6º Encontrão do FERES.
1º Encontro na Quebrada e 6º Encontrão do FERES
Fotos do Evento
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Hiper Texto
Hiper Texto
Alguns autores consideram que o Hiper Texto já era utilizado nos séculos XVI e XVII, em manuscritos e livros, por conterem comentários ou anotações em suas margens, é em 1945 que surge sua primeira descrição formal, com a publicação do artigo “As We May Think” (Como poderíamos pensar) de Vannevar Bush, onde descreve o “Memex”: uma estação de trabalho com múltiplos monitores, acesso a rolos de microfilme (que conteriam bibliotecas) que estariam contidos na própria estação, onde também poderiam ser acrescentados outros, câmeras para vídeo-conferência, gravação de microfilmes, máquina de escrever com reconhecimento de voz, entre outras funcionalidades. Um idéia precursora dos atuais PCs (Computadores Pessoais) e da própria WWW (World Wide Web – Rede de Alcance Mundial).
A Internet é hipertextual por excelência, pois foi construida e é constituida com esta finalidade. Entretanto, como disse antes, alguns autores consideram as enciclopédias e a Bíblia como exemplos de hipertextos impressos, por possibilitarem a leitura não tradicional de narrativas contínuas e permitirem acesso não-linear a descrições e vebetes incluidos em diversos volumes.
Basicamente a diferença entre TEXTO e HIPERTexto é que o primeiro é linear e o outro é dimensional. Ou seja: livros, revistas, jornais impressos são lineares (quando muito contém informações bibliográficas, notas de rodapé ou pequenas sínteses de conteúdos), que nos remetem apenas em duas direções, para frente e para trás. Já o Hipertexto nos dá a idéia de “formato digital”, onde podemos acrescentar informações adicionais, como blocos de textos, imagens, sons e criarmos ligações (links ou hiperlinks) em todas as direções, sem limites.
Também poderemos comparar da seguinte forma: texto é conhecimento e hipertexto é a expansão do conhecimento.
É com base na hipertextualidade que Tim Bernners-Lee criou, na década de 1990, o HTML (Hyper Text Markup Language ou Linguagem de Marcação de Hiper Texto), padrão para publicação na Internet. E seu objetivo era disseminar o conhecimento e facilitar a comunicação com outros cientistas, de forma ágil.
Todos os processadores de texto avançados, como o Word (Microsoft) e StarWriter (Sun Microsystems), trazem incorpoadas ferramentas para criação de hipertextos.
Há também o padrão PDF (Portable Document Format – Formato de Documento Portátil), desenvolvido pela Adobe. O mais connhecido é o Adobe Reader (leitor de documentos no formato “pdf”)
O padrão de textos no Word é o RTF (Rich Text Format – Formato de Texto Rico), desenvolvido pela Microsoft. É o que chamamos de “software proprietário”, pelo qual se paga uma licença. O padrão RTF preserva todas as características originais e pode ser lido pela maioria dos processadores de texto.
Porém, já há grande discussão sobre um novo padrão universal e gratuito, basedado em “software livre”, chamado de ODF (Open Document Format).
Normalmente utilizamos o Word para textos simples, mas ele permite criarmos hipertextos, com links para diversos outros programas. Também com o Word podemos escrever páginas para a Internet. Entretanto, não é o mais aconselhável, em função de perder características de formatação, quando é convertido em HTML e não conter o Mapa Conceitual para programarmos os conteúdos.
Os softwares mais indicados para publicações ou desenvolvimento de web sites, são o Front Page, da Microsoft, que permite publicar em HMTL, DHTML (Dinamic Hyper Text Markup Language – Linguagem Dinâmica de Marcação de Hipertexto), XHTML (eXtensible Hypertext Markup Language – Linguagem de Marcação de Hipertexto Extensível). Esta última é uma evolução do HTML, que possibilita a leitura por diversos outros dispoitivos, como celulares, televisão, palm. O objetivo é melhorar e universalizar a acessibiloidade. Já o Dreaweaver, da Adobe, permite trabalhar com todas as linguagens acima, mais o PHP (Hypertext Preprocessor), desenvolvido em 1994 por Ramus Lerdof, com o nome de “Personal Home Page Tools” (Ferramentas para Páginas Pessoais). O objetivo é, além de criar páginas dinâmica, possibilitar a interação com os visitantes e a publicação de conteúdos e comentários diretamente pelo navegador, sem a necessidade de utilização de softwares instalados nos computadores.
Tanto o Front Page quanto o Dreamweaver possuem ferramentas para estruturação de Mapas Conceituais, onde basicamente montamos o layout ou “quebra-cabeças” de nossas publicações hipertextuais, como no exemplo abaixo:
É no Mapa Conceitual que estruturamos nosso trabalho, que planejamos e incluimos os conteúdos e todos os recursos que serão necessários para a publicação, que ficará legível desta forma:
Ou assim, quando vista pelo navegador (Internet Explorer, FireFox)
Bom, creio ter apresentado resumidamente o que de fato é Hipertexto, suas características e possibilidade.